Tadany: esse é o cara |
Auto-conhecimento
Mas, tratando do conteúdo em si, aceitei a provocação do palestrante, que fez mergulhar em nós mesmos para revermos nossos talentos e lembrarmos de qual a nossa missão aqui. A partir dessas palpitações filosóficas - nenhuma delas erudita e inalcançável, tudo muito simples e direto -, Tadany falou do amor e suas facetas: amor próprio, condicional ou incondicional, material, espiritual, o construtivo e o destrutivo. Desnudou o ser humano e seus vícios, que normalmente prefere as tempestades do que os dias ensolarados. "A mesma força inserida na crítica pode ser usada para elogiar, entender, valorizar", diz ele, que parece estar preocupado de como as pessoas hoje estão "mendigando o amor", pois sem a conhecer a si mesmas, seus próprios dons e capacidades, estão perdidos e extremamente carentes. E isso se reflete nas relações amorosas, familiares e no trabalho. "A responsabilidade dos pais é incentivar a auto-estima, confiança, respeito e orgulho nos seus filhos, para criarem indivíduos seguros e sólidos - e com capacidade de amar", completa Tadany.
Mundo corporativo
Também tiramos ótimas lições para o mundo que convivo, da gestão e do mundo do trabalho, e que exploro neste blog. Para o convidado da Bororó, o desafio dos novos líderes começa justamente na raiz de ser contestado: "as pessoas têm uma aversão natural à autoridade. Não é pessoal, é o papel que muda quando alguém passa a ser chefe de alguém". Por outro lado, há uma mudança de comportamento dos liderados com estas novas gerações, imediatistas, tecnológicas e por vezes superficiais. Para Tadany, o ser humano "está perdendo aquela resiliência de insistir, de fazer as coisas darem certo. Na dificuldade, desiste e muda de ideia. Ou de emprego. Ou de atividade". Com flechadas certeiras, o pensador gaúcho radicado no exterior deu um show de ensinamentos, com pensamentos blocados, objetivos, mas interligados entre si, dentro da lógica de uma análise - e uma consequente compreensão - da mente humana.
Escola
Ao repensar nossas missões, fatalmente revisamos também as instituições. Começamos pelo eu, potencializando nossas capacidades intelectuais, emoções, memória e o ego, passando pela família, vida profissional e chegando, claro, na escola. "Nossos educadores não estão preparados para a as crianças de hoje, que nascem dentro de um mundo tecnológico", alerta Tadany, que obviamente nos faz olhar para as salas de aula de nossos filhos e enxergar um abismo entre a didática estabelecida, os conteúdos propostos e a realidade em que vivem os alunos. Fato.
Tive o prazer de almoçar com o Tadany, antes do evento. Por isso nossas conversas já começaram às 13h do sábado. Emendamos com evento, passamos pelo pôr-do-sol - que é uma dádiva em qualquer lugar da cidade, mas no Bororó é um espetáculo à parte - e acabamos eu e minha esposa por ainda ir jantar à noite, com o Tadany e a Christiane, que praticamente valeu por outro workshop de vivências até quase meia-noite! Simplesmente abundante! Muito mais ouvi do que falei. Aprendi e repensei. Mudo já na prática para melhorar minha vida, enquanto espero novos ensinamentos, novos eventos no Bororó e novos encontros com o mestre Tadany. Esse é o cara! Aqueles que compareceram sabem disso.
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